O Agro 4.0 não é somente sobre inovação tecnológica. É também sobre as pessoas que atuam para que essas tecnologias sejam utilizadas estrategicamente, gerando resultados sustentáveis: os líderes.
Mesmo as melhores tecnologias e estratégias não são nada sem os líderes capazes de fazer com que os outros acreditem nelas e se engajem para executá-las.
O Agro tem seus desafios próprios e ninguém os entende melhor do que aqueles que os vivenciam no dia-a-dia. Por isso, o Agro 4.0 precisa de Líderes 4.0.
Estresse decorrente de climas organizacionais tóxicos, práticas inadequadas de gestão, queda contínua de desempenho e diminuição da expectativa de vida das empresas são somente alguns dos problemas apontados por Paolo Gallo, Professor na Bocconi University, e Vlatka Hlupic, CEO da Shift Consulting, no artigo “Humane leadership must be the Fourth Industrial Revolution’s real innovation” para o World Economic Forum.
Tudo isso indica que a forma como se liderava no passado não funciona mais. O momento pede uma “virada de chave” na gestão e na liderança.
A cultura da organização reflete as crenças e condutas dos líderes, e portanto, a forma como eles lidam com pessoas. As melhores práticas de gestão tem sua base nas melhores práticas de gestão de pessoas.
No Agronegócio não é diferente: há cada vez mais a percepção clara da necessidade de modificar suas práticas e criar os Líderes 4.0 para “práticas 4.0”.
E qual o segredo para ter estes Líderes 4.0?
É preciso, antes de tudo, que eles compreendam seus pontos fortes e necessidades de desenvolvimento, e que tenham à mão informações precisas sobre o negócio. Portanto, a adaptação para o Agro 4.0 passa pelos níveis individual e organizacional. É preciso entender as equipes e aprender como impactá-las.
A liderança 4.0 emerge em um clima organizacional onde prevalece: o pensamento entusiasmado e colaborativo. Como afirmam Gallo e Hlupic, a forma de pensar que reflete este tipo de pensamento é
“podemos alcançar grandes coisas como uma equipe” e “eu me respeito e respeito os outros”.
O próximo nível, que consolida a liderança 4.0, é aquele em que prevalecem as práticas de inspirar nos outros o potencial ilimitado e onde todos sentem que estão vivendo uma vida plena.
O modelo de liderança que favorece isso, conforme apresentado por Gallo e Hlupic, é multidimensional, onde existem três dimensões diretamente relacionadas com pessoas –cultura, relacionamentos e indivíduos – e três relacionadas aos processos – estratégias, sistemas e recursos.
É preciso conectar o desenvolvimento das pessoas e da organização de modo concomitante e interligado. Ou seja, é preciso que haja sinergia neste desenvolvimento.
Por meio do manejo adequado dessas dimensões é possível levar a empresa a ter: aumento do engajamento e desempenho, mudanças na forma de gestão, melhoria na inovação, estilos mais participativos de liderança, com uma cultura mais focada nas pessoas, e melhoria do clima organizacional, somente para citar alguns exemplos. É o desenvolvimento dos líderes que leva a essas transformações.
A mudança precisa ser em direção ao desenvolvimento de uma liderança humana, onde a confiança e o respeito permeiem as organizações, levando equipes a serem mais engajadas e as organizações a atingirem alto desempenho.