De acordo com o boletim divulgado pelo CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada e o CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em 2023, a população ocupada no agronegócio atingiu um recorde histórico. Houve um aumento para 28,34 milhões de pessoas, o que correspondeu a um crescimento de 6,6% para empregadores e 4,7% para trabalhadores por conta própria.

O crescimento foi impulsionado pelos segmentos do agrosserviços e da indústria de insumos, refletindo o bom desempenho da produção no setor. Esse aumento é resultado do avanço nas indústrias de fertilizantes, defensivos, rações e medicamentos veterinários, demonstrando a interligação entre a agricultura e a pecuária. No entanto, setores como a agropecuária apresentaram contração na força de trabalho, indicando desafios e possíveis impactos nas cadeias produtivas.

A queda na população ocupada em segmentos como a horticultura, cafeicultura, bovinocultura e outras atividades agrícolas e pecuárias sugere desafios específicos nessas áreas. Essas reduções podem representar dificuldades enfrentadas pelos produtores, como custos de produção elevados, condições climáticas desfavoráveis ou demanda reduzida. Essa dinâmica ressalta a heterogeneidade do setor agrícola e a necessidade de políticas e estratégias diferenciadas para cada segmento.

Desafios e Perspectivas

A variação na força de trabalho nos diferentes setores do agronegócio evidencia a complexidade e a diversidade da atividade rural. Enquanto alguns segmentos crescem impulsionados pela demanda e produtividade, outros enfrentam desafios que impactam diretamente a geração de empregos. Essa diversidade destaca a importância de políticas públicas e estratégias de gestão que considerem as particularidades de cada ramo, visando o desenvolvimento sustentável e equilibrado do setor como um todo.

Além disso, é crucial que as organizações implementem ações voltadas para a gestão de pessoas com foco na retenção de talentos. A complexidade e diversidade da atividade rural exigem equipes qualificadas e engajadas, capazes de lidar com os desafios específicos de cada segmento.

No contexto do crescimento da população ocupada no agronegócio, é fundamental reconhecer que a retenção de talentos não apenas fortalece a competitividade das empresas, mas também contribui para a estabilidade e o crescimento sustentável do setor como um todo. Aqui estão algumas razões pelas quais as organizações devem priorizar a retenção de talentos:

1. Expertise e experiência: Retendo talentos-chave, as empresas preservam a expertise e a experiência acumuladas ao longo do tempo, o que é especialmente importante em um setor tão diversificado e sujeito a desafios específicos.

2. Inovação e produtividade: Funcionários engajados e motivados tendem a ser mais inovadores e produtivos, contribuindo para o desenvolvimento de soluções criativas e eficientes para os desafios enfrentados pelo setor agrícola.

3. Continuidade operacional: A retenção de talentos reduz a rotatividade de funcionários, o que pode interromper a continuidade operacional e gerar custos adicionais com treinamento e integração de novos colaboradores.

4. Clima organizacional positivo: Uma equipe estável e satisfeita cria um ambiente de trabalho positivo, o que, por sua vez, atrai e retém mais talentos, criando um ciclo virtuoso para a empresa.

5. Cultura organizacional forte: Funcionários que permanecem na empresa por longos períodos contribuem para o fortalecimento da cultura organizacional e dos valores da empresa, promovendo a coesão e a identidade corporativa.

Portanto, as organizações do agronegócio que investem em programas de desenvolvimento de talentos, oferecem oportunidades de crescimento e reconhecimento, promovem um ambiente de trabalho saudável e incentivam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, não apenas retêm os melhores talentos, mas também garantem sua própria sustentabilidade e sucesso a longo prazo em um setor com inúmeros desafios.