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Tempo médio de permanência no emprego diminui e ganha nome: “Job Hopping”

Tem sido recorrente ouvirmos de organizações atuantes no agronegócio, como cooperativas, sobre suas preocupações com o alto índice de rotatividade (ou turnover) que elas vêm enfrentando, principalmente entre os jovens. Buscando compreender mais sobre esta dor, nos deparamos com um cenário em que o Brasil, em 2022, foi considerado o país com maior índice de turnover do mundo, conforme levantamento realizado pela Consultoria Robert Half a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

E quais são as principais causas para esse alto índice de rotatividade?

Baixa qualidade do Clima Organizacional;

Falta de alinhamento de expectativas entre líderes e liderados;

Ausência de reconhecimento;

Ausência de um Plano de Carreira;

Modelos de gestão tradicionais.

Conforme estudo divulgado pelo LinkedIn (2023), os jovens com menos de 30 anos de idade, da chamada “Geração Z”, nascidos entre 1995 e 2010, são os mais propensos a mudar de emprego rapidamente. Recentemente, em artigo publicado pela VocêRH, é discutido exatamente essa propensão, considerada até mesmo “uma tendência” que ganhou nome: “Job Hopping”. Segundo esse artigo, “o tempo médio de permanência no emprego tem diminuido no Brasil. Segundo dados do Ministério do Trabalho, a média de meses que um trabalhador fica no emprego não chegou a dois anos em janeiro de 2023. Apesar de essa redução ser observada em todas as idades, profissionais de 18 a 24 anos têm uma média ainda menor, de apenas noves meses”. É, portanto, uma desafio para as organizações, de todos os setores da economia, atrair e reter, principalmente os jovens.

O que fazer diante desse desafio?

Compreender que o salário-base não é o fator mais importante para essa Geração: os jovens buscam constantemente novos desafios, o que não está atrelado a salário, mas, sim, a novas experiências. Esses jovens profissionais, como pontuado pela CEO da Infojobs, querem ser desafiados e desejam permanecer em uma empresa que ofereça também aprendizado e conhecimento.

Compreender as características que se destacam para a Geração Z no momento de decidir sobre um emprego ou outro:

Fonte: Holos, 2023

Lideranças se atente para aspectos como: cultivar o hábito do feedback assertivo; co-criar metas e desafios; ter escuta ativa e fomentar o uso da tecnologia.

Algumas organizações têm investido em ações de atração que focam: em oportunidades de desenvolvimento/treinamento; modelo híbrido de trabalho, com flexibilidade de horários; promoção de valores da marca e ética; oferta de incentivos para retenção, como participação/ações da empresa e destaque para atuação em projetos e programas de ESG (ROBERT HALF, 2023).

Em síntese, é importante que as organizações se atentem para toda a jornada do colaborador, passando, por exemplo, pela atração, integração, desenvolvimento e retenção. Focar na estruturação de programas de benefícios motivacionais, como os benefícios flexíveis (um dos benefícios mais valorizados em 2022 entre os profissionais do Brasil, porém, não está na lista dos mais ofertados pelas organizações brasileiras. O foco delas está nos benefícios higiênicos ou seja, aqueles que não motivam, mas causam insatisfação caso não sejam ofertados, como vale-alimentação, plano de saúde e odontológico). Construir um sistema um bom sistema de Gestão do Desempenho e Treinamento e Desenvolvimento, além de investir esforços para criação de um Plano de Remuneração e Carreira consistente, com um mapa de carreira claro e objetivo. São algumas dicas que podem ajudar a sua organização a lidar com o “Job Hopping”.

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